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Ontem escutei e hoje conto - O novo livro de Marcos Guião

Marcos Guião
17 de abr.
3 min de leitura

Depois de mais de cinco anos de maturação, escuta e escrita, nasceu o mais novo rebento de Marcos Guião: “Ontem escutei e hoje conto”. Um livro parido com afeto e esmero, que carrega em suas páginas o perfume das plantas, a sabedoria dos mais velhos e a poesia dos caminhos do interior de Minas Gerais.

São 65 crônicas organizadas ao longo de cinco estações – primavera, verão, outono, inverno e uma última estação batizada por Marcos de "fora do tempo", dedicada àquelas histórias que se desgarraram dos calendários, mas se firmaram nas memórias. Essas histórias nasceram da estrada, dos encontros com raizeiros e parteiras, dos cursos oferecidos pelos rincões de Minas, das cozinhas cheias de cheiro, das rezas ao entardecer e dos silêncios que só o mato ensina.

Cada texto é um elo entre o saber tradicional e o conhecimento científico, costurado com leveza, humor e uma pitada de emoção. A informação técnica está ali, mas jamais engessada. Surge como extensão do vivido, como complemento do que já se sabe de ouvido, de olho e de coração.

Dois personagens nos acompanham ao longo do livro

Chico da Mata, um raizeiro que personifica todos os homens que Marcos conheceu pelos sertões, donos de uma sabedoria firme, simples e profundamente conectada com a terra. É pela boca de Chico que o autor compartilha muito do conhecimento adquirido nas andanças pelo Brasil profundo.

Maria do Céu, guardiã dos saberes femininos e espirituais, entra em cena sempre que o tema pede um toque mais delicado, mais invisível. Ela é quem conversa com o “andar de cima”, quem traduz os mistérios da alma, das mulheres, dos ciclos e das curas sutis.

Esses personagens são criações ficcionais, mas nasceram da vivência com muitas pessoas reais. São composições poéticas e simbólicas feitas a partir de encontros verdadeiros.

“Muitas vezes eu tinha a história, mas não a planta. Outras vezes tinha a planta, mas ainda faltava o causo. Aos poucos, a natureza e a vida foram me mostrando os encontros certos.”— Marcos Guião

Um livro que toca e transforma

A escrita de Guião é leve, profunda e carregada de humanidade. Não é apenas um livro informativo sobre fitoterapia, nem tampouco um compêndio técnico sobre o uso de ervas. É, antes de tudo, uma celebração da vida, dos saberes populares e da medicina que brota da terra.

É leitura que ensina, sim, mas também que emociona, que faz rir, que convida à escuta e ao cuidado.

As plantas ganham voz, os lugares ganham cheiro, os personagens nos olham de volta. Os causos narrados se entrelaçam com memórias, com dados científicos, com experiências de campo e com sentimentos.

Ernane Ronie Martins, no texto de apresentação, resume com precisão:

"Este livro não apenas nos instrui, mas nos encanta com sua simplicidade e profundidade, fazendo-nos refletir sobre a possibilidade de uma vida mais conectada com os ciclos naturais e os saberes ancestrais."

Para quem é este livro

Este livro é para quem ama as plantas e quer compreender mais do que seus usos medicinais. É para quem deseja entender a alma das ervas, escutar o que elas têm a dizer e se deixar levar pelos caminhos do Brasil profundo.

É leitura para quem se interessa por histórias bem contadas, para quem quer rir com as espertezas da roça, chorar com as lembranças doces da infância, ou simplesmente aprender com quem vive o que ensina.

Se você já se encantou com os cursos da Ervanaria, com os causos compartilhados por Marcos Guião ou com a vida que pulsa entre raízes, folhas e flores, este livro será uma companhia e tanto.

Sobre o autor

Marcos Guião é jornalista, raizeiro e educador. Há mais de 30 anos percorre o Brasil ouvindo e contando causos, estudando o poder das plantas e partilhando seu saber em cursos, oficinas e rodas de prosa.

Fundador da Ervanaria Marcos Guião, é referência nacional no cuidado com a saúde através da natureza e dos saberes tradicionais. Já participou de reportagens no Globo Repórter e dedica sua vida a semear o conhecimento ancestral com simplicidade e profundidade.